Carlos Gimenez era cidadão venezuelano nascido em Rosário, Argentina, no dia 13 de abril de 1946. Morreu prematuramente em Caracas, a 28 de março de 1993, às vésperas de seus 47 anos de idade. Uma vida tão breve para uma carreira tão intensa e renovada, para uma produção tão original e criativa.
Acumulou, em tão curto espaço de tempo, tantos prêmios internacionais, tantos êxitos assim como causou polêmicas, invejas e até a perseguição dos conservadores. Ele encantava e incomodava. Era impossível não contagiar-se com sua figura imperativa e mística, com sua capacidade nervosa (jamais insegura) e quase ditatorial como diretor teatral. Exigia o máximo sempre e os seus atores ficavam maravilhados com a superação de seus próprios limites, vencendo medos, inibições, resistências, inseguranças, conformismos. Ele queria sempre mais e mais, com a certeza de que eram capazes de uma superação constante, em ensaios que não terminavam no dia da estréia mas que continuavam enquanto o espetáculo estava em cartaz.
Com Tu país está feliz não foi diferente. Depois da estréia, Carlos viajou para montar um outro espetáculo no Peru – lá certamente orientou Mário Delgado na montagem exitosa deTu país está feliz em Lima, origem do grupo local Cuatrotablas – e, ao regressar, antes mesmo de transformar aquele agrupamento no célebre Grupo Rajatabla, ele reencenou o espetáculo. Escrevi um novo texto a pedido – “Autobiografía tardía” – que logo transformou numa das cenas fundamentais e de maior impacto na estrutura dramática. Isso mesmo: ele transformou o que seria um recital de canto e poesia num espetáculo dramático envolvente, participativo, eliminando qualquer resquício declamatório e criando um clima de emoção e arrebatamento.
Tínhamos um relacionamento fantástico porque acreditávamos um no outro, sabíamos de nossa complementariedade. Assim aconteceu durante a montagem de meu texto “Jesucristo astronauta, autosacramental sobre lo profano y lo divino”. Ele estava entusiasmado com a realização, identificou-se plenamente com a proposta mesmo sabendo que estaria cutucando adversidades e conservadorismo, em especial de críticos de origem espanhola ligados à Igreja Católica mais tradicional que, naqueles anos, eram muitos e poderosos. Nada disso o abalava, já estava acostumado a montar textos que causavam irritação e espanto como os de Arrabal, com o escândalo de “
Carlos Giménez:
Criador do Festival Internacional de Caracas; promotor do Festival Latino-Americano de Córdoba, Argentina; fundador do Taller Nacional de Teatro; do Centro de Diretores para el Nuevo Teatro, do Comitê Científico de Teoria e Crítica da Universidade de Carlton, em Ottawa (Canadá) e ex-professor da Escola de Teatro do INBA, no México. Trabalhava o tempo todo.
Realizou 60 montagens, dirigiu na Argentina, nos Estados Unidos da América, México, Peru, Espanha, na Rússia, Itália e Venezuela. Seus espetáculos participaram dos mais prestigiados festivais internacionais de teatro do mundo: Nancy, Estocolmo, Rotterdan, Reykjavik, Berlim, Nova Iorque, México, Manizales, Quito, Spoletto. Montou textos de Shakespeare, Calderón de
O crítico E. A. Moreno-Uribe – autor do livro Carlos Gimenez: Tiempo y Espacio – lembra que ele dirigiu, em inglês, para o Niew York Shakespeare Festival. Como podia tanto? Enquanto outros diretores mal conseguiam montar um ou dois espetáculos por ano, Carlos Gimenez produzia dois ou três simultaneamente, em mais de um país! Seria capaz de montar a lista telefônica de Caracas no cenário...
Uma vida entera dedicada a la creación y promoción de las artes escénicas. El teatro fue su modo de vida”, escreveu Moreno-Uribe.
Meu relacionamento com Carlos era a um tempo íntimo e distante. Era melífluo, vivia metido numa áurea que o preservava de um contato mais próximo, aproximava-se e distanciava-se das pessoas com delicadeza, resguardando sua intimida.
A morte de Carlos Giménez foi uma perda irreparável para o Teatro Latino-americano em geral e para o da Venezuela apesar da continuidade de Rajatabla como instituição, tarefa que vem sendo cuidadosamente preservada por seus admiradores e continuadores (dentre os quais o diretor da Fundación Rajatabla Francisco “Paco” Alfaro).
Em recente viagem a Caracas, ao rever uma pintura com sua imagem, confesso que fiquei tão emocionado que cheguei às lágrimas. Como ele faz falta!!! Reli o texto que escreveu dedicado a mim por Carlos quando Rajatabla completou 20 años * e percebi quanto a nossa parceria (Carlos Giménez- Xulio Formoso- Antonio Miranda) foi decisiva em nossas vidas como para outros membros do Grupo, para não falar do legado para as artes cênicas da Venezuela. Como Carlos Giménez faz falta!!! Dizem que ninguém é insubstituível. Pode ser. No caso dele, coloco em discussão este ditado porque sem ele as coisas não são iguais (podem ser melhores ou piores mas nunca como ele faria...) e com ele certamente seria talvez até melhores, acreditando naquela sua capacidade de trabalho, de renovação, na sua infinita criatividade.
Termino com as palavras de seu legado ideológico que devemos levar muito a sério...
“El paso del hombre por el arte debe ser su paso por vida. Una vez declaré que el teatro es la crisis, porque el arte es la crisis. El arte nace de la crisis. Es un estado de compulsión interior. Es un acto de felicidad, pero lo es en un clima de angustia. Cuando se culmina viene el vacío. (Carlos Giménez) .
Texto publicado no livro de Moreno-Uribe e como matéria no diário El Nacional, 28 febrero 1991, dia do vigésimo aniversário de Rajatabla, neste caso com o título “Miranda, tu país sigue feliz”.
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Armando Reverón en el documental de Margot Benacerraf (Venezuela, 1952).
Armando Reverón en el documental de Margot Benacerraf (Venezuela, 1952).
la rebelión consiste en mirar una rosa
hasta pulverizarse los ojos
Alejandra Pizarnik
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Carlos Giménez, um gênio do teatro latino-americano, por Antonio Miranda
CARLOS GIMÉNEZ, CREADOR DE IMPOSIBLES / por Myriam Pareja, 2003
Carlos Giménez 1946-1993
Argentino de nacimiento, que entregó plenamente la mitad de su vida, en una relación que sería definitiva con el país que eligió como patria para vivir, Venezuela, la cual le dio la oportunidad de enfrentar una obra como modo de vida, gracias al Ateneo de Caracas que le abrió las puertas a las aventuras de su equipo, con la intención de mantenerlas siempre de par en par, y por encima de todo a María Teresa Castillo y Josefina Juliac, a quienes admiraba intelectualmente, considerándolas amigas, maestras y críticas severas e implacables. Cuyos afectos lo acompañaron siempre. Su gran amor por Venezuela, le valió el cariño y el respeto de un público que hoy siente como el primer día, su desaparición física.
Para Giménez, “lo mágico y lo fantástico en el teatro, destruyen lo cotidiano, para que el hombre entienda el sentido universal de su presencia en este mundo”. Por eso hablar de Carlos Giménez solo como director de teatro, sería no darle su justo valor. Giménez fue un Creador, un Revolucionario, un Puestista, un Realizador, un Provocador, un Inventor, un Vidente, un Vanguardista.. Admirado por amigos y enemigos. Hizo de su vida el teatro. El era el teatro. Su obra marcó un hito en la historia del teatro contemporáneo La magia de Giménez consistió en universalizar sus montajes al hacerlos comprensibles para todo el mundo, involucrando al público en la identificación con ellos sin distinción de raza e idiomas.
Como muestra de afecto por todo el cariño que le había brindado esta su segunda patria, fue su legado. el “Festival Internacional de Teatro de Caracas” al patrimonio venezolano. . ..”En la reunión de lo plural está la fascinación de la cultura que hace libre a los hombres.” Desde entonces Caracas es sede de uno de los Festivales más calificados a nivel internacional y el de mayor poder de convocatoria popular, según las estadísticas de los principales medios especializados en la materia.
Giménez revolucionó al sector teatral y despertó y revitalizó la conciencia cultural del país. Su ingenio y creatividad no solo fue a nivel artístico. Su influencia dinamizadora y proyectora de acciones dio lugar a la creación de estructuras administrativas, gerenciales y promocionales, figurando en primer lugar, su gran “Proyecto de Vida”, La “Fundación Rajatabla”, fundada en 1971, permaneciendo en el tiempo por más de 37 años, a quien trasmitió su espíritu combativo, fomentando en ellos libertad de criterios y absoluta independencia artística, que lo han ayudado a enfrentar cualquier crisis, revirtiendo el fracaso en éxito, sin importarle cuanto tiempo les tome el hacerlo. Esto ha hecho de Rajatabla una de las compañías teatrales más importantes del mundo.
Entre sus aportes nacionales figuran la creación del Capítulo Venezuela, en su calidad de Jefe Consultor para América Latina de
Carlos Giménez organizó y dirigió las primeras nueve ediciones del Festival Internacional de Teatro de Caracas, a partir de 1973, hasta 1992, con el apoyo del Ateneo de Caracas y otras instituciones. Convirtiendo desde entonces a Caracas en
Crea el Centro de Directores para el Nuevo Teatro, 1986, que agrupa directores de la nueva generación. El Teatro Nacional Juvenil de Venezuela, en 1990, como un lugar para la capacitación de nuevas generaciones, en las distintas ciudades de Venezuela. En 1991 funda a Rajatabla Danza, institución dedicada a la creación y producción de coreografías.
Una de sus consignas era sumar voluntades y nunca restar, como fue la fundación de AVEPROTE, Asociación Venezolana de Profesionales de Teatro. Y así muchos otros planes que se quedaron en el papel, como por ejemplo desarrollar a través de Rajatabla su más ambicioso proyecto como causa de vida, lo que justificaría tantos esfuerzos sin desmayos y proyectaría su obra en el tiempo por venir, como es llevar adelante la creación del “Centro Nacional de las Artes Integradas”, pensado para
También fue promotor y creador de numerosas instituciones fuera de Venezuela. En reconocimiento de su ardua labor se hizo acreedor de muchos premios nacionales e internacionales.
Además de su capacidad de liderazgo, hay otro aspecto que se destaca en su gestión como es el sentido de oportunidad, que le permitía identificar el mejor momento para realizar las gestiones, como son las fechas conmemorativas de
Giménez, revolucionó la puesta en escena, rompiendo deliberadamente el espacio y el tiempo, los cuales junto con el poder son constantes que forman la estética gimeniana, siendo ésta un compendio de genialidades, conformada por su pasión y énfasis en la percepción visual. La estética gimeniana ha girado ascendente e invariablemente en dos direcciones, una, como la lectura crítica de lo político-social latinoamericano y otra, como percepción y expresión de lo puramente formal, combinando armoniosamente forma y contenido.
Giménez tenía una peculiar forma de crear poesía en el escenario, negaba la existencia de un paisaje teatral estático y consideraba que el espectador para convencerse del paso del tiempo o cambio de lugar, debía percibirlo, involucrando al público con un solo gesto mágico en el espacio y tiempo previsto, sumergiéndolo en una atmósfera efervescente y multitudinaria, donde el espectador se mantenía en un estado de alerta ante lo insólito.
Cada una de sus obras significó un reto y una confrontación consigo mismo. Decía que lo que le interesaba como director y hombre de teatro era llevar los grandes textos, con un criterio de contemporaneidad, basado en una lectura múltiple, donde esa misma universalidad, permite que el público se conmueva, se emocione, se altere... cuando haya que reír; e irrumpa en llanto cuando los personajes lloran.
Giménez tenía una extraordinaria capacidad de trabajo, poder de oratoria y don convencimiento, movilizando a gran cantidad de personas en base a un concepto, a una idea a un proyecto, permitiéndole al público crecer en sus exigencias frente al hecho teatral, como es el Festival Internacional de Teatro de Caracas, donde su único objetivo es el de lograr el disfrute de un público masivo.
Su intuición casi mágica le permitió captar la esencia misma de las obras, constituyendo sus espectáculos más impactante un fenómeno social y cultural, atrayendo a miles de personas, principalmente a jóvenes. Ejemplo de ellos han sido: “
”Mozart, El Ángel Amadeus” 1991, sorprendente espectáculo músico-teatral sobre el genio de Salzburgo en la etapa final de su vida, llevado a escena por este genial director, después de tres semanas de ensayo. Presentada en función única, en el Teresa Carreño, en conmemoración al bicentenario de su muerte. Revestida por la particularidad de ser una representación interdisciplinaria, logrando reunir en un solo espectáculo a más de 300 actores músicos y cantantes de cuatro compañías de teatro, dos grupos polifónicos, una orquesta y un cuarteto, como son el grupo Rajatabla, el Teatro Nacional de Repertorio, el Teatro Nacional Juvenil de Venezuela (Núcleo Caracas), el Taller Nacional de Teatro, el Orfeón Universitario Simón Bolívar,
Giménez sabía concertar las fuerzas materiales y espirituales de ese universo que es el teatro, moldeando con destreza la arcilla de actores, escenógrafos y técnicos junto, con las criaturas de su imaginación. Fue un director muy apasionado, y esa misma pasión lo llevaba a ser un director integral, cuidando todos los detalles de su puesta, además fue un creador de proceso, a medida que iba creando iba cambiando. Una puesta de Giménez comenzaba triangular y podría terminar cuadrada y al paso del tiempo esa misma pieza podía ser rectangular, provocando siempre la misma reacción. Le preocupaba mucho el aspecto de la intemporalidad, ya que el teatro no es igual a una película, o, a un video, sino más bien es algo transitorio. Por lo que una vez terminada la función, ese mismo espectáculo no podía repetirse de la misma forma nunca más.
Fue además un vidente un vanguardista, no solo en lo concerniente a las cosas que iban a ocurrir en el teatro, sino también a los acontecimientos que el país y el mundo verían suceder, por lo que siempre estuvo presente en sus espectáculos, la denuncia feroz de los problemas políticos, morales y económicos que desgarran los sectores sociales del país, porque para Giménez “... si alguna misión tiene el arte y el artista es estar con la derrota y con el vencido, porque el vencido nunca escoge su derrota, jamás...”
Carlos Giménez fue un director que sin distanciarse de su línea creativa, rompió de manera impredecible sus propios cánones, retando descaradamente la imaginación; inventando y combinando términos de forma particular, agotando de manera infinita todos los recursos del teatro.
Una constante en su trabajo fue crear poesía en el escenario recurriendo a los elementos de la naturaleza como componentes escénicos, así, la arena, el agua, la tierra, el fuego, simbolizan en cada una de sus piezas algo diferente y constituyen junto con la iluminación, la escenografía y la musicalidad un personaje más de la obra.
Su propuesta estética no estuvo disociada de su propuesta ideológica. Giménez consideraba que debía enfrentarse al texto abiertamente, aportando elementos creativos a la obra del dramaturgo, alegando que este era el principio básico de la libertad creadora, que de no existir, el creador desaparece y le hace un escuálido favor a su colega dramaturgo; manteniendo de esta forma un equilibrio entre la propuesta escénica y el texto.
Siempre mantuvo una coherencia intelectual en su programación, lo que le permitió su desarrollo estético. Uno de sus rasgos resaltantes fue la de trabajar temas que se desarrollaron dentro de la estructura de la trilogía, como “Fiebre” 1974, “Casas Muertas” 1987 y “Oficina Número Uno” 1992, llamada “Trilogía de
“
El poder fue una suerte de fascinación persistente dentro de la creación de Carlos Giménez, estando presente en todas sus obras, aun en las que podían parecer más lejanas al problema político. Estos contenidos conceptuales nunca se expresan verbalmente, muy por el contrario, Giménez trata de penetrar en la conciencia del público a través de un lenguaje simbólico propio, poniendo de manifiesto dentro de una liturgia misteriosa, la dinámica de la dominación absolutista.
Giménez llevaba los clásicos a las tablas con un enfoque moderno, lo que le ha permitido darle permanencia a sus obras, sin que se destruya su esencia misma, a pesar del paso del tiempo. Ejemplo de ello tenemos al “El Señor Presidente”, presentada después de 25 años, en el marco del VII Festival Internacional de Cultura Paiz, realizado en
Decían que no era director de actores, pero fue más que eso, fue un hacedor de artífices. Giménez establecía relaciones diferentes con cada actor, los analizaba y sabía como era cada uno, conocía sus reacciones y los dirigía de acuerdo a su personalidad. Les indicaba y orientaba, dejando un margen de libertad para la creación; y cuando el actor se encontraba totalmente desubicado, el trataba de llevarlo a una situación límite, conmocionándolo internamente, incitándolo, desafiándolo, confrontándolo consigo mismo, propiciando de forma inexorable el momento sensibilizador, proclive a la creación artística; inventando de esta forma, un alma, más que un cuerpo teatral, dando lugar así, a una verdadera comunión.
Era irreverente y provocador como el mismo se definía y como todo creador tenía su lado oscuro. Sus defectos eran tan numerosos como sus cualidades, pero éstas rebasaban la capacidad de entendimiento. A Giménez le gustaba sacudir los convencionalismos y socavar los cimientos, prueba de ello fue su montaje “
Para Giménez la amistad tenía un gran valor su vida estaba configurada en base a ella, ya que la amistad es un sentimiento que perdura y nada la condiciona. el decía que “la única fortuna acumulada es la amistad que crece como la sabiduría, con el dolor del asombro” Rajatabla fue para Giménez esa familia que uno elige para hacer su vida... sus amigos. Giménez fue el motor de una gran maquinaria, que sigue trabajando al unísono de forma implacable y perfecta, siguiendo las directrices impartidas por su creador. Rajatabla ha sido embajador cultural de Venezuela en un extenso recorrido por los más importantes Festivales Internacionales, que le han dado la bienvenida y otorgado distinciones, además del reconocimiento unánime de la prensa especializada; constituyendo los integrantes de Rajatabla el motor fundamental en la organización de los primeros nueve Festivales Internacionales de Teatro de Caracas, que sin duda alguna se los debemos a personas que como Carlos Giménez, no le tuvo miedo al miedo y se atrevió a quitarle el fuego a los dioses, para regalárselo a los que realmente se lo merecían, permitiendo al público venezolano, el disfrute del mejor teatro del mundo. Indiscutiblemente, Carlos Giménez fue “un verdadero hombre de teatro” querido, odiado, abucheado, aplaudido, alabado, injuriado, rechazado, solicitado, pero JAMAS ni NUNCA ignorado.
Uno se imagina que un ser, capaz de crear tan maravillosa obra, sería casi invulnerable, protegido quizá por el misma divinidad que le diera el poder de recrear la belleza en el escenario. Carlos abandonó su ropaje corporal para convertirse en algo más poderoso, para vivir definitivamente en el elemento imperecedero del alma humana, para habitar hoy después de 10 años de su partida, en el corazón de los amantes del buen espectáculo, por los siglos de los siglos. Su genio creador impone al final su razón artística de ser... Director, Provocador, Vidente, Organizador, Productor, Vanguardista en fin... “CREADOR DE IMPOSIBLES”
“Por eso nos afectan tanto los recuerdos, las fechas, los días
de cumpleaños, los nacimientos y las despedidas.
Algo de nosotros se queda en los calendarios sin uso.
Para combatir esta nostalgia lucharemos contra el tiempo,
con la alegría de saber que tuvimos el coraje de elegir
y que en ello quedó
“el constante desafío de estar en deuda con nosotros mismos”
“el constante desafío de estar en deuda con nosotros mismos”
Carlos Giménez
Myriam Pareja
Creadora y profesora de la "Cátedra Gimeniana". Actriz.
Discurso en la Fundación Rajatabla, Caracas, 2003
Fuente: Carolina Gentile
La caimana, de María Cristina da Fonseca
-->
Cabrutas tienes dos calles, tres almacenes, un hospital, una escuela, un plaza repleta de loros y perezas , treinta hermosas casas de techos de caña, y muchos, muchos mangos y palmeras.
Allí todos se conocen y son amigos o enemigos desde chicos. Pero el más popular fue siempre Faoro, el dentista.
Al revés de los que invariablemente ocurre con todos los sacamuelas del mundo, los niños de Cabrutas querían mucho a Faoro y no le temían a su máquina enderezadora de dientes.
¿Pero cual era Su secreto ¿ la verdad es que él no era un dentista “de alta velocidad”, pues se tomaba el tiempo de conversar con la gente. Y cuando se iba de paseo por la selva, llegaba con los bolsillos llenos de tortuguitas para regalar sus pequeños pacientes.
Para gran sorpresa de todos , Faoro regresó de una de sus excursiones por las orillas del río Orinoco con una joven caimana bajo el brazo.
¿Qué vas a hacer con ese animal tan peligroso?, le preguntaban, pensando que la traía para asustar a los clientes que no pagaban sus cuentas, mas él respondía :”La voy a hacer crecer para hacerme una cartera y unas botas con su cuero:”
Mientras la reptil crecía, Faoro comenzó a alimentarla con pollos y peces. Luego, le mandó hacer una pileta con cascada y todo para que se bañara.
La caimana era hermosa. Su piel lucía negra en la piscina y, verde cuando andaba al sol. Sus ojos se veían amarillentos durante el día y rojos como brasas en la oscuridad. Mas fuera la hora que fuere y estuviera donde estuviere, siempre estaba mirando a su amo con las bolitas de sus pupilas de cristal.
La caimana seguía a Faoro como un perrito por toda partes. Cuando su dueño se tumbaba en la hamaca para leer el diario, se quedaba al lado observando las fotos con mucha atención como si en ellas viera cosas que nadie era capaz de notar. Y al caer la noche se echaba a sus pies para compartir con él tanto los sueños dulces como las pesadillas.
“ Esta caimana me mira con ojos de gente”, notaba Faoro y quiso bautizarla-
“ No puedes hacer eso – le decían – según parece, los animales no tienen alma”: pero, como Faoro no estaba muy convencido de ello, decidió ponerle un nombre …
“¡Verdinegra venga a saludar a mis amigos!, la llamaba cuando llegaban visitas a su casa. Entonces, la caimana abría sus grandes fauces como para decirles ¡Hola! Y se paraba en las patas traseras para que le sacaran fotos. Incluso, si estaba de buen humor los dejaba sentarse en su lomo.
Por las tardes cuando el aire refrescaba y Faoro había ya terminado de arreglar dientes chuecos, ataba a la caimana con una cuerda y caminaban hasta el embarcadero . Y allí se quedaban mirando el ir y venir de las chalanas por el río u observando como cargaban los bultos de algodón, los rollos de tabaco…
Verdinegra era ya fuerte y grande, el día en que celebró su tercer cumpleaños. Para entonces, Faoro se había olvidado por completo de las botas y de la cartera y estaba tan encariñado con ella que, con oro de tapar muelas, fabricó una funda para sus colmillos y una cadena para sacarla a pasear.
La caimana vivió durante muchos calendarios y fue tan querida que el Concejo Municipal de Cabrutas mandó a levantar, en medio de la plaza, una fuente en donde aparecía esculpida en bronce, tirando agua por sus fauces.
Verdinegra, en verdad, nunca tuvo mucho interés en ser “ monumento público”, pues sabía lo mucho que los ensucian los pájaros. Pero como nadie en el pueblo le preguntó su opinión, acabó por ser la primera de todas las caimanes en recibir el dudoso honor de convertirse en estatua.
Allí todos se conocen y son amigos o enemigos desde chicos. Pero el más popular fue siempre Faoro, el dentista.
Al revés de los que invariablemente ocurre con todos los sacamuelas del mundo, los niños de Cabrutas querían mucho a Faoro y no le temían a su máquina enderezadora de dientes.
¿Pero cual era Su secreto ¿ la verdad es que él no era un dentista “de alta velocidad”, pues se tomaba el tiempo de conversar con la gente. Y cuando se iba de paseo por la selva, llegaba con los bolsillos llenos de tortuguitas para regalar sus pequeños pacientes.
Para gran sorpresa de todos , Faoro regresó de una de sus excursiones por las orillas del río Orinoco con una joven caimana bajo el brazo.
¿Qué vas a hacer con ese animal tan peligroso?, le preguntaban, pensando que la traía para asustar a los clientes que no pagaban sus cuentas, mas él respondía :”La voy a hacer crecer para hacerme una cartera y unas botas con su cuero:”
Mientras la reptil crecía, Faoro comenzó a alimentarla con pollos y peces. Luego, le mandó hacer una pileta con cascada y todo para que se bañara.
La caimana era hermosa. Su piel lucía negra en la piscina y, verde cuando andaba al sol. Sus ojos se veían amarillentos durante el día y rojos como brasas en la oscuridad. Mas fuera la hora que fuere y estuviera donde estuviere, siempre estaba mirando a su amo con las bolitas de sus pupilas de cristal.
La caimana seguía a Faoro como un perrito por toda partes. Cuando su dueño se tumbaba en la hamaca para leer el diario, se quedaba al lado observando las fotos con mucha atención como si en ellas viera cosas que nadie era capaz de notar. Y al caer la noche se echaba a sus pies para compartir con él tanto los sueños dulces como las pesadillas.
“ Esta caimana me mira con ojos de gente”, notaba Faoro y quiso bautizarla-
“ No puedes hacer eso – le decían – según parece, los animales no tienen alma”: pero, como Faoro no estaba muy convencido de ello, decidió ponerle un nombre …
“¡Verdinegra venga a saludar a mis amigos!, la llamaba cuando llegaban visitas a su casa. Entonces, la caimana abría sus grandes fauces como para decirles ¡Hola! Y se paraba en las patas traseras para que le sacaran fotos. Incluso, si estaba de buen humor los dejaba sentarse en su lomo.
Por las tardes cuando el aire refrescaba y Faoro había ya terminado de arreglar dientes chuecos, ataba a la caimana con una cuerda y caminaban hasta el embarcadero . Y allí se quedaban mirando el ir y venir de las chalanas por el río u observando como cargaban los bultos de algodón, los rollos de tabaco…
Verdinegra era ya fuerte y grande, el día en que celebró su tercer cumpleaños. Para entonces, Faoro se había olvidado por completo de las botas y de la cartera y estaba tan encariñado con ella que, con oro de tapar muelas, fabricó una funda para sus colmillos y una cadena para sacarla a pasear.
La caimana vivió durante muchos calendarios y fue tan querida que el Concejo Municipal de Cabrutas mandó a levantar, en medio de la plaza, una fuente en donde aparecía esculpida en bronce, tirando agua por sus fauces.
Verdinegra, en verdad, nunca tuvo mucho interés en ser “ monumento público”, pues sabía lo mucho que los ensucian los pájaros. Pero como nadie en el pueblo le preguntó su opinión, acabó por ser la primera de todas las caimanes en recibir el dudoso honor de convertirse en estatua.
© María Cristina da Fonseca
Rosa Montero: Barcos que se cruzan en la noche, El País, junio 2010
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(...)
Una amiga mía, la escritora francesa Myriam Chirousse (preciosa su novela Vino y miel, en Alfaguara), me ha enseñado un dicho inglés que yo no conocía: ships passing in the night, barcos pasando en la noche. Se trata de una metáfora para describir los desencuentros que el azar procura; puede referirse a cualquier cosa, una amistad que no cuajó o un trabajo que no salió por pura mala suerte, por no estar en el lugar adecuado en el momento adecuado, pero por lo visto la frase se utiliza sobre todo para los asuntos sentimentales. Y sin duda es ahí, en el estremecido e incierto territorio del amor, en donde la imagen adquiere mayor emoción: es fácil visualizar dos grandes trasatlánticos cuajados de luces cruzándose en el mar, demasiado lejos el uno del otro, y perdiéndose lenta y majestuosamente en la noche oscura, sin haber tenido otro contacto que el eco lejano, casi idéntico, del ulular de sus sirenas.
27/6/2010
Fuente: El País
María Bethania y Jeanne Moreau: "Poema dos olhos da amada " de Vinicius de Moraes
Poema Dos Olhos Da Amada
Oh, minha amada
Que os olhos teus
Que os olhos teus
São cais noturnos
Cheios de adeus
São docas mansas
Trilhando luzes
Que brilham longe
Longe nos breus
Cheios de adeus
São docas mansas
Trilhando luzes
Que brilham longe
Longe nos breus
Oh, minha amada
Que olhos os teus
Que olhos os teus
Quanto mistério
Nos olhos teus
Quantos saveiros
Quantos navios
Quantos naufrágios
Nos olhos teus
Nos olhos teus
Quantos saveiros
Quantos navios
Quantos naufrágios
Nos olhos teus
Ah, minha amada
De olhos ateus
De olhos ateus
Quem dera um dia
Quissese Deus
Eu visse um dia
O olhar mendigo
Da poesia
Nos olhos teus
Quissese Deus
Eu visse um dia
O olhar mendigo
Da poesia
Nos olhos teus
Poema de los ojos de la amada
Oh, amada mía
Que ojos tienes
Son muelles nocturnos
Llenos de adiós
Son darsenas mansas
Atravesando luces
Que brillan lejos
Lejos en la oscuridad
Llenos de adiós
Son darsenas mansas
Atravesando luces
Que brillan lejos
Lejos en la oscuridad
Oh, amada mía
Qué ojos los tuyos
Qué ojos los tuyos
Cuánto misterio
Hay en tus ojos
Cuántos veleros
Cuántos navíos
Cuántos naufragios
Hay en tus ojos
Ah, amada mía
De ojos ateos
Quisiera un día
Si Dios lo quiere
Poder ver yo un día
La mirada mendiga
De la poesía
En los ojos tuyos
Hay en tus ojos
Cuántos veleros
Cuántos navíos
Cuántos naufragios
Hay en tus ojos
Ah, amada mía
De ojos ateos
Quisiera un día
Si Dios lo quiere
Poder ver yo un día
La mirada mendiga
De la poesía
En los ojos tuyos
Letra y Música:
Vinicius de Moraes / Paulo Soledade
Sonia M. Martin: Siete Poemas: "La Diosa de la Lluvia Llora", "Garúa del Pacífico Norte", "Purificaciòn", "El mar, la luna y yo", "Mirada de Yerba Buena", "Yo, la bailarina", "Te espero despierta y en mis sueños"
estalló al
final de
mi vida
Rayos
centellas
brillan
en las
madrugadas
Mañanas
crepúsculos
y tardes
se confunden
en mi ancianidad
Cae la lluvia…
cae la lluvia
desde mi rostro…
en mi vida…
Tú, magiar
te pierdes
en tu atormentado
y lluvioso
cerebro
pletórico
de neblina…
Yo,
la Diosa de la Lluvia
lloro
sobre nuestro
amor perdido
en la
raudal
tormenta
de nuestras vidas
© Sonia M.Martin
De su libro “Calina”
Garúa del Pacífico Norte
Soy pacífica
como
mi océano
vago desnuda
por sus arenas
desnuda
de vida…
empapada
por la garúa
penetrante
que abraza
el fuego
de mi piel
de seda
Anhelo
palpitante
la lluvia
torrencial
Diluvio…
diluvio
que cubre
mi cuerpo
desnudo
Diluvio
de las
nubes
que lloran
cubriendo
mi caminar
desnuda
por las
arenas
de la vida
Soy pacífica
como mi océano
cuyas
aguas
embravecidas
de olas
que lloran
sobre
la arena
que cada
madrugada
huello
con mi
caminar…
Soy pacífica…
© Sonia M.Martin
De su libro “Calina”Purificación
Le canto
a la
lluvia
por todo
aquello
que tengo
que olvidar
para
purificar
el pasado
Camino
bajo
su
influjo
buscando
la catarsis
que me entrega
el agua lustral
que
empapa
mi vida
y mi
siquis
arropándome
con
su
jordán
© Sonia M.Martin
De su libro “Calina”El mar la luna y yo
Soy profunda
como el
mar;
vago desnuda
de noche
como la luna;
como
la luna
me baño
desnuda
en el lago;
me baño
desnuda como
la luna,
en el río;
como la
luna
desnuda
me sumerjo
en las cristalinas
aguas gélidas de
los riachuelos
cordilleranos;
como
la luna
plateada
en las
noches
nevadas,
abrazo
la cima
de Los Andes;
soy pura
como las
nevadas
cumbres
de la cordillera
Mi cuerpo,
mi
alma
mi psiquis
te esperan
con esa
insondable
pureza…
Profunda
como
el mar
desnuda
como la
luna
ardiente
y
silenciosa
como
el Villarrica
y
más
alba
que la
nieve
que abraza su cima
te espero…
© Sonia M. Martin
De su libro Iniciación, Extasis y Visiones del AmorMirada de Yerba Buena
Prepuber,
adolescente,
doncella;
oscuros
e
insolentes
mis ojos
rebeldes
se
embelesaron
en el
terciopelo
de tu
mirada de yerba buena;
un perfume de menta
nos envolvió
desde ese
día
a
ti
y
a
mí
© Sonia M.Martin
En vilo voy entre
tus brazos…
el enjambre
de mariposas
nos lleva
hasta
la puerta
de mi
clase de danza
Allí me depositas
jurando volver
mañana y todas
las mañanas de
nuestras vidas…
La guitarra
de Julián Benito
desgarra para mi
el Zorongo Guitano
Mi grupa danza,
se mueve a la
música del sorongo;
danzo intensa,
convulsa,
pies y manos
pies alados
ondulando
caderas y brazos;
mi cuerpo
copula con el rito
del duende que
invade mi sangre
al son del
zorongo gitano
© Sonia M.Martin
de su libro Iniciación, Extasis y Visiones del Amor
Yo, la bailarina
En vilo voy entre
tus brazos…
el enjambre
de mariposas
nos lleva
hasta
la puerta
de mi
clase de danza
Allí me depositas
jurando volver
mañana y todas
las mañanas de
nuestras vidas…
La guitarra
de Julián Benito
desgarra para mi
el Zorongo Guitano
Mi grupa danza,
se mueve a la
música del sorongo;
danzo intensa,
convulsa,
pies y manos
pies alados
ondulando
caderas y brazos;
mi cuerpo
copula con el rito
del duende que
invade mi sangre
al son del
zorongo gitano
© Sonia M.Martin
de su libro Iniciación, Extasis y Visiones del Amor
Te espero despierta y en mis sueños
Nueva York,
Manila,
Tokio,
geografías
que separan
nuestro
amor
Tú
allá
Yo
aquí;
mi cintura
se estrecha
mi grupa
se torna
redonda;
mis ánforas
reverberan
en la seda
de mí
indumentaria;
núbil y adolescente,
en mis
sueños, despierta,
te espero…
© Sonia M.Martin
Dos poemas de Beatriz Iriart: Legado Ancestral e Idus de Mayo
Lamento no obviar dos trazos de “Rayuela”
para alcanzar el “cielo”.
Lamento no transmutar heridas de antaño
ulceradas, putrefactas
en malestares leves.
Pero más lamento
no atiborrar con sabiduría y afecto
y regar tus huecos de huerfána
desolada y esquiva.
Busco en el silencio de este antro
la tarde ausente de la infancia,
la respuesta tenue de los libros,
el despertar del mortal letargo
para intentar poetizar
entre gritos y espantos
milenariamente predestinados.
Obra de Vino Morais